Bíblia em um ano Julho 25Neemias 1:1-111. Palavras de Neemias, filho de Hacalias: «No mês de Quisleu do vigésimo ano, encontrando-me em Susa, no palácio,2. eis que Hanani, um dos meus irmãos, chegou de Judá com alguns companheiros. Perguntei-lhes pelos judeus libertados que sobreviveram do cativeiro e por Jerusalém.3. Responderam-me: «Os sobreviventes do cativeiro estão lá na Província, vivem em grande miséria e numa situação humilhante. As muralhas de Jerusalém estão ainda em ruínas, e as suas portas foram incendiadas.»4. Ao ouvir tais palavras, sentei-me e chorei; e fiquei vários dias consternado. Jejuei e orei na presença do Deus do céu,5. dizendo: «Peço-te, Senhor, Deus do céu, Deus grande e terrível, que permaneces fiel à tua aliança e exerces a misericórdia para com aqueles que te amam e observam os teus mandamentos!6. Que os teus ouvidos estejam atentos e os teus olhos se abram, para ouvires a prece que eu, teu servo, estou a fazer na tua presença, noite e dia, pelos filhos de Israel, teus servos, confessando os pecados com que os filhos de Israel te ofenderam. Pois eu e a casa do meu pai pecámos;7. ofendemos-te gravemente e não observámos as leis, os mandamentos e os preceitos que deste a Moisés, teu servo.8. Lembra-te da palavra que disseste a teu servo Moisés: ‘Se transgredirdes os meus preceitos, Eu dispersar-vos-ei entre as nações.9. Mas, se vos converterdes a mim, se observardes os meus mandamentos e os praticardes, mesmo que os vossos exilados estejam nos confins da terra, dali os reunirei e os farei regressar ao lugar que escolhi, para aí fazer habitar o meu nome.’10. Eles são teus servos, o teu povo, que libertaste com o teu grande poder e a força da tua mão.11. Ó Senhor, presta ouvidos à oração do teu servo e à oração dos teus servos que temem o teu nome. Digna-te, hoje, dar um bom êxito ao teu servo, e faz que mereça a estima deste homem.» Eu era, então, copeiro do rei.Neemias 2:1-201. No mês de Nisan, no vigésimo ano do rei Artaxerxes, como o vinho estivesse diante do rei, tomei-o e ofereci-lho. Ora, jamais eu estivera triste na sua presença.2. O rei disse-me: «Porque tens o semblante tão sombrio? Não estás doente. Portanto, isso só pode ser tristeza do coração.» Eu fiquei muito conturbado,3. e respondi ao rei: «Viva o rei para sempre! Como não hei-de estar triste quando a cidade onde se encontram os túmulos dos meus pais está em ruínas, e as suas portas consumidas pelo fogo?»4. E o rei disse-me: «Que queres?» Então, fiz uma oração ao Deus do céu5. e disse ao rei: «Se aprouver ao rei, e se o teu servo achar graça diante de ti, deixa-me ir ao país de Judá, à cidade onde se encontram os túmulos dos meus pais, a fim de a reconstruir.»6. O rei, junto de quem a rainha se sentara, perguntou-me: «Quanto tempo durará essa viagem? Quando será o regresso?» Aprouve ao rei deixar-me partir, e eu indiquei-lhe a data do regresso.7. Prossegui: «Se o rei achar bem, dêem-me cartas para os governadores da outra margem do rio, de modo que me deixem passar para Judá;8. e também outra carta para Asaf, o intendente da floresta real, a fim de que me forneça madeira para construir as portas da cidadela do templo, para as muralhas da cidade e para a casa que eu habitar.» O rei concordou com o meu pedido porque me favorecia a bondosa mão de Deus.9. Fui ter com os governadores da outra margem do rio e entreguei-lhes as cartas do rei. O rei fizera-me escoltar por alguns chefes militares e cavaleiros.10. Mas quando Sanebalat, o horonita, e Tobias, o servo amonita, foram informados disto, ficaram pesarosos por ter chegado alguém que procurava a prosperidade dos filhos de Israel.11. Cheguei, finalmente, a Jerusalém e descansei ali três dias.12. Levantei-me durante a noite com um pequeno grupo de homens, sem dizer a ninguém o que o meu Deus me inspirava fazer em favor de Jerusalém. Não tinha comigo outro animal senão aquele em que montava.13. Saí à noite pela porta do Vale e dirigi-me à fonte do Dragão e à porta da Estrumeira; e contemplei as muralhas de Jerusalém arruinadas e as portas consumidas pelo fogo.14. Passei, depois, pela porta da Fonte e pela piscina do rei, mas não havia ali caminho para passar com a minha montada.15. Subi então, à noite, pela torrente e examinei a muralha. Dei a volta, voltei a entrar pela porta do Vale e regressei.16. Os magistrados ignoravam aonde tinha ido e o que queria fazer. Até àquele momento nada deixara transparecer aos judeus, nem aos sacerdotes, nem aos magistrados, nem aos chefes, nem às outras pessoas do povo que se ocupavam dos trabalhos.17. Disse-lhes então: «Vede a miséria em que nos encontramos: Jerusalém destruída, as suas portas consumidas pelo fogo! Vinde, e reconstruamos as muralhas da cidade, e ponhamos termo a tanta ignomínia.»18. Ao mesmo tempo, contei-lhes como a bondosa mão de Deus me favorecera e narrei-lhes todas as palavras que me dissera o rei. Gritaram todos: «Ergamo-nos e reconstruamo-la!» Com isto, cobraram ânimo e puseram-se a executar esta obra.19. Sanebalat, o horonita, Tobias, o servo amonita, e Guéchem, o árabe, souberam isto e zombaram de nós, dizendo em tom escarninho: «Que estais a fazer? Quereis revoltar-vos contra o rei?»20. Mas eu respondi-lhes nestes termos: «O próprio Deus do céu é quem nos fará triunfar. Nós somos os seus servos e vamos continuar a obra, pois vós não tendes parte, nem direito, nem lembrança em Jerusalém.»Salmos 88:11-1811. Acaso farás prodígios para os mortos? Irão os defuntos levantar-se para te louvar?12. Poderá a tua bondade ser exaltada no sepulcro ou a tua fidelidade, na mansão dos mortos?13. As tuas maravilhas serão conhecidas nas trevas e a tua justiça, na terra do esquecimento?14. Eu, porém, Senhor, clamo por ti; de manhã, a ti apresento a minha oração.15. Porque me rejeitas, Senhor, e escondes de mim o teu rosto?16. Infeliz de mim, que agonizo desde a juventude; já não posso mais suportar os teus castigos.17. Sobre mim passou a tua indignação e os teus terrores aniquilaram-me.18. Como vagas, rodeiam-me todo o dia, e todos juntos caem sobre mim.Provérbios 21:25-2625. A cobiça mata o preguiçoso, porque as suas mãos não querem trabalhar.26. Passa todo o dia a arder em desejos, mas o justo dá tudo sem nada reservar.Atos 25:1-271. Festo, três dias depois de ter tomado conta do governo da província, subiu de Cesareia a Jerusalém.2. Os sumos sacerdotes e os judeus mais categorizados expuseram-lhe as suas queixas contra Paulo e pediram-lhe insistentemente,3. como um favor, a transferência de Paulo para Jerusalém, enquanto preparavam uma emboscada para o matarem no caminho.4. Festo, porém, respondeu que Paulo devia continuar preso em Cesareia, e que ele próprio ia partir brevemente.5. «Portanto – acrescentou – os mais qualificados de entre vós, venham comigo a Cesareia e, se algum delito existe nesse homem, que apresentem acusações contra ele.»6. Depois de se demorar entre eles, não mais de oito a dez dias, desceu a Cesareia. No dia seguinte, sentou-se no tribunal e mandou trazer Paulo.7. Quando este chegou, viu-se rodeado pelos judeus descidos de Jerusalém, que logo apresentaram contra ele muitas acusações graves, cuja autenticidade não eram capazes de provar.8. Por seu lado, Paulo defendia-se: «Não cometi delito algum nem contra a lei dos judeus, nem contra o templo, nem contra César.»9. Mas, como desejava captar as boas graças dos judeus, Festo respondeu: «Queres subir a Jerusalém para lá seres julgado sobre este assunto, na minha presença?»10. Paulo replicou: «Estou perante o tribunal de César. Devo ser julgado aqui. Não fiz mal nenhum aos judeus, como sabes perfeitamente.11. Mas se, de facto, sou culpado, se cometi algum crime que mereça a morte, não recuso morrer. Se, porém, não há fundamento nas acusações dessa gente contra mim, ninguém tem o direito de me entregar a eles. Apelo para César!»12. Então, depois de conferenciar com o seu conselho, Festo respondeu: «Apelaste para César, irás a César.»13. Alguns dias mais tarde, o rei Agripa e Berenice chegaram a Cesareia e foram apresentar cumprimentos a Festo.14. Como se demorassem vários dias, Festo expôs ao rei o caso de Paulo, dizendo: «Está aqui um homem que Félix deixou preso,15. e contra o qual, estando eu em Jerusalém, os sumos sacerdotes e os anciãos dos judeus apresentaram queixa, pedindo a sua condenação.16. Respondi-lhes que não era costume dos romanos conceder a entrega de homem algum, antes de o acusado ter os acusadores na sua frente e dispor da possibilidade de se defender da acusação.17. Vieram, pois, comigo e, sem mais demoras, sentei-me, no dia seguinte, no tribunal e mandei comparecer o homem.18. Postos em frente dele, os acusadores não alegaram nenhum dos crimes que eu pudesse suspeitar;19. só tinham com ele discussões acerca da sua religião e de um certo Jesus, que morreu e Paulo afirma estar vivo.20. Quanto a mim, embaraçado perante um debate deste género, perguntei-lhe se queria ir a Jerusalém, a fim de lá ser julgado sobre o assunto.21. Mas Paulo apelou para que a sua causa fosse reservada à decisão de Augusto e eu ordenei que o mantivessem preso até o enviar a César.»22. Agripa, então, disse a Festo: «Eu também gostaria de ouvir este homem.» Respondeu ele: «Ouvi-lo-ás, amanhã».23. No dia seguinte, Agripa e Berenice chegaram com grande pompa e entraram na sala da audiência, rodeados pelos tribunos e homens mais notáveis da cidade. A uma ordem de Festo, Paulo foi levado para dentro.24. Festo disse então: «Rei Agripa e vós todos os que estais presentes: aqui está este homem, contra o qual os judeus, em massa, me vieram falar, tanto em Jerusalém como aqui, gritando que ele não devia continuar a viver.25. Quanto a mim, reconheci que não tinha praticado coisa alguma digna de morte. Contudo, visto ter apelado para o Imperador, resolvi enviar-lho.26. Nada tenho de positivo a escrever ao Imperador a seu respeito. Por isso, mandei-o trazer à vossa presença, sobretudo à tua presença, rei Agripa, a fim de que, feito o interrogatório, eu tenha alguma coisa que escrever.27. De facto, parece-me absurdo mandar um prisioneiro sem mencionar as acusações que pesam sobre ele.» Portuguese Bible (CAP) 1950 Public Domain: Capuchinhos